quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Principais governos militares

Órgãos repressores - O governo Médici jogou duro contra a oposição. Dentre os mecanismos criados para aniquilar a esquerda, destacaram-se:

a) Destacamento de Operações Internas e Comando Operacional da Defesa Interna (DOI-CODI).

b) Operação Bandeirante (OBAN).

c) Comando de Caça aos Comunistas (CCC).

Programa de Governo - Execução do I Plano Nacional de Desenvolvimento (1.o PND), que tinha por objetivo promover o crescimento econômico do País.

Milagre Brasileiro - A proposta do ministro do Planejamento, Delfim Neto, consistia em concentrar a renda, formando um "bolo econômico", a ser posteriormente dividido. O "bolo" cresceu, porém a massa trabalhadora não participou de sua divisão. A desigual e injusta distribuição de renda gerada pelo "milagre" fez que os ricos ficassem cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Crescimento econômico - Houve alto índice de crescimento econômico no Brasil durante o governo Médici (1969-1972), implementado pelo Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND). O crescimento econômico, com média de 11%, colocou o Brasil entre as grandes potências em expansão capitalista, mas custou caro às camadas populares. Conseqüências: arrocho salarial, desemprego e recessão.

Exílio político - Os direitos fundamentais do cidadão estavam suspensos. Qualquer um podia ser preso e exilado se fosse desejo do governo. Nas escolas, nas fábricas, na imprensa, nas artes, a sociedade brasileira sentia a mão de ferro da ditadura.

Propaganda - O governo gastava milhões com propagandas destinadas à melhoria da própria imagem junto ao povo. Um dos slogans dessa propaganda dizia: "Brasil: ame-o ou deixe-o".

Censura - Os meios de comunicação e as atividades culturais eram vigiados pela polícia. Tudo o que desagradava ao governo era severamente censurado. A ditadura não admitia criticas, nem mesmo oposição pacifica.

Resposta dos grupos esquerdistas - Os grupos de esquerda (ANL, POC, AP, Avante!, Molipo, PCB, PC do B, MR-8, VPR) decidiram-se pela luta armada, em ações isoladas, como única forma de derrotar o regime. Passaram a atuar na clandestinidade, fazendo:

a) Assaltos a bancos para financiar as ações de resistência.

b) Seqüestros de diplomatas.

c) Luta armada (focos urbanos e a famosa guerrilha do Araguaia).

Outras criações do governo Médici
a) Programa de Integração Nacional (PIN), criando obras faraônicas, como a Transamazônica.

b) Programa de Integração Social (PIS) , dando participação aos trabalhadores nos lucros das empresas. Criou também o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP).

Governo Ernesto Geisel (1974-1979)

Lei Falcão (1976) - Sancionada pelo presidente Geisel em primeiro de julho, a lei (conhecida "como Lei Falcão") alterou o Código Eleitoral. A partir das eleições seguintes, os candidatos só poderiam fazer campanha no horário de TV, mostrando exclusivamente suas fotos, seus currículos e suas plataformas. A lei, cuja finalidade era diminuir a possibilidade de derrota da Arena em futuras eleições, foi aprovada no Congresso, no dia 25 de junho.

Pacote de Abril (1977) - Medidas destinadas a garantir a vitória da Arena nas eleições parlamentares de 1978, no Congresso Nacional, determinaram que:

a) Estava incluída a Lei Falcão.

b) Um terço dos senadores não seria mais eleito, mas indicado pelo Governo Federal. Esses senadores passariam a ser chamados de "Senadores Biônicos".

c) O mandato presidencial passava de 4 para 6 anos.

Criação da Nuclebrás - A assinatura do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha ocorreu quando o País, precisando reorientar sua economia para escapar da vulnerabilidade energética e da dependência tecnológica norte-americana, procurou a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) para atuar em parceria em um projeto de transferência completa de tecnologia nuclear. Surgia o pragmatismo responsável: política externa voltada para o desenvolvimento econômico, responsável pelo momento de maior afastamento entre o Brasil e os Estados Unidos.

Protocolo de Brasília - Quando tomou posse, em março de 1974, o presidente Geisel logo aprovou a construção de uma segunda usina nuclear em Angra dos Reis, apressando entendimentos com o governo alemão para transferência de tecnologia e concessão do financiamento necessário. Em outubro, os dois países firmaram o documento conhecido como Protocolo de Brasília, que serviu de base para o Acordo de Cooperação nos Usos Pacíficos da Energia Nuclear, celebrado em Bonn, em 27 de junho do ano seguinte.

Abertura política lenta e gradual - Em termos políticos, a escolha do general Ernesto Geisel significava mais uma vitória dos grupos moderados, que pensavam em devolver o poder aos civis gradualmente.

É claro que os efeitos da crise econômica e as novas pressões dos vários setores da sociedade também contribuíam para o processo de abertura política.

Os trabalhadores, em 1978, desencadearam inúmeras greves, severa e violentamente reprimidas pela policia. No entanto os próprios empresários perceberam que era melhor conversar com os líderes sindicais do que com os representantes do governo.

Na região do ABC, em São Paulo, onde se concentram as indústrias automobilísticas, o movimento grevista dos metalúrgicos, liderados por Luís Inácio da Silva, o Lula, deu início à reorganização dos trabalhadores. O caminho, porém, seria mais difícil. Os militares da linha dura não concordavam com a política de abertura.

Ações repressivas, que culminaram com os assassinatos do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manoel Filho, colocaram em questão a autoridade do presidente e provocaram a indignação social.

Governo João Baptista de Oliveira

Em 1978, o governo Geisel decretou o fim do Ato Institucional n.o 5.

Outras criações do governo Geisel

a) Polamazônia, visando a investimentos nos setores agropecuários e minerais na Amazônia.
b) Início da construção da hidrelétrica de Itaipu, em cooperação com o Paraguai.

Governo João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979-1985)

Abertura política - Medidas democráticas iniciadas pelo governo Geisel:

a) Anistia geral concedida em 1979 aos condenados por crime político.

b) Reforma partidária, em 1979, que extinguiu o bipartidarismo e trouxe o retorno do pluripartidarismo.

c) Restabelecimento das eleições diretas para governadores dos Estados, em 1980.

Terrorismo de direita - Marcado por atitudes dos grupos conservadores que não aceitavam as medidas redemocratizantes de Figueiredo. Eles incendiavam bancas de jornais, realizavam atentados a bombas e praticavam seqüestros. O episódio mais notável foi o atentado ao Riocentro, local onde cerca de 20 mil pessoas assistiam a um show musical comemorativo ao dia 1.o maio, promovido por uma entidade de esquerda.

a) Campanha pelas Diretas-já (1983-84) - Gigantescos comícios realizados por todo o País, divulgando que as eleições presidenciais de 1985 seriam realizadas de forma direta. Neste processo político participaram Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, Teotônio Vilela, Leonel Brizola, Lula e outros.

b) Emenda Dante de Oliveira (1984) - O deputado mato-grossense Dante de Oliveira apresentou ao Congresso Nacional a emenda que concluiria a abertura democrática, restabelecendo as eleições diretas para presidente da República. Esta emenda foi vetada pelo Congresso Nacional, não alcançando os dois terços exigidos por lei. A eleição presidencial de 1985, será de forma indireta, o presidente da República será eleito por um colégio eleitoral.

Sucessão Presidencial - Realizou-se de forma indireta, com duas chapas:

a) Situação: Paulo Maluf (PDS, antiga ARENA) apresentava-se como candidato do governo.

b) Oposição: Comandada pelo PMDB, formou a Aliança Democrática, apresentando seus candidatos: presidente da República - Tancredo neves; vice-presidente - José Sarney.

Em 15 de janeiro, os membros do Colégio Eleitoral deram 480 votos a Tancredo Neves e apenas 180 a Paulo Maluf, tendo sido registradas 17 abstenções e 9 ausências. Os cinco Estados que mais contribuíram para a vitória da Aliança Democrática foram Minas Gerais (57 votos), São Paulo (50), Rio de Janeiro (42), Paraná (37) e Bahia (35).

Golpe Militar de 1964

Ditadura Militar. "Anos de chumbo" (1964-1985)

1. Golpe Militar de 1964

a) Realizado pelas oligarquias em conluio com as Forças Armadas com o total apoio dos Estados Unidos.

b) Operação Brother Sam: uma aparatosa ajuda militar dos norte-americanos para consolidação do Golpe de 1964.

c) Combate ao comunismo e recuperação da credibilidade internacional.

2. Repressão: medidas duras - os atos institucionais (A. I.)

Foram instituídos diversos atos institucionais, entre os quais se destacam:

Ato Institucional n.o 2, decretado em outubro de 1965, estabelecia entre outras medidas:

a) Cassação de mandato: suspensão dos direitos políticos por 10 anos.

b) Eleições indiretas para presidente da República.

c) Extinção dos partidos políticos. Por meio do ato complementar n.o 4, de 24 de novembro de 1965, cria-se o bipartidarismo:

Situação: Aliança Renovadora Nacional (ARENA)

Oposição: Movimento Democrático Brasileiro (MDB)

Ato Institucional n.o 5, decretado no dia 13 de dezembro de 1968, estabelecia:

a) Suspensão dos direitos políticos (cassação de parlamentares).

b) Recesso em qualquer das Casas Legislativas: Congresso Nacional.

c) Confisca os bens advindos de enriquecimento ilícito.

d) Estado de sítio com prorrogação, fixando-se o respectivo prazo.

e) Intervenção federal nos Estados e Municípios.

f) Suspensão da garantia de habeas-corpus nos casos de crimes políticos contra a segurança nacional.

g) Recesso parlamentar, ficando a cargo do Executivo a autoridade para legislar em todas as matérias.

3. Frente Ampla

Movimento político de oposição ao regime militar, composto por políticos cassados, entre os quais Carlos Lacerda. Propostas defendidas pelo movimento:

a) Retomada do poder pelos civis.

b) Reformas econômicas e sociais.

c) Anistia geral.

d) Restabelecimento das eleições diretas em todos os níveis.

e) Reforma agrária ampla.

Além de Carlos Lacerda, o comando da Frente Ampla contava ainda com João Goulart e Juscelino Kubitschek.

4. Emenda Constitucional de 1969
Foi elaborada pela Junta Militar, dando amplos poderes para o Executivo, desfavorecendo ainda mais o Legislativo e o Judiciário. A Junta Militar foi composta pelo almirante Augusto Rademaker, pelo General Aurélio Lyra Tavares e pelo Brigadeiro Márcio de Souza Melo.

A emenda de 1969 criou:

a) A prisão perpétua e a pena de morte, visando fortalecer a Lei de Segurança Nacional.

b) A "fidelidade partidária", a fim de aprovar os projetos do governo.

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O Dadaísmo

O Dadaísmo foi um movimento originado em 1915 na cidade de Zurique (cidade que durante a Primeira Grande Guerra Mundial conservou-se neutra). Negava todas as tradições sociais e artísticas, tinha como base um anarquismo niilista e o slogan de Bakunin “a destruição também é criação“.

Contrários à burguesia e ao naturalismo, identificado como “a penetração psicológica dos motivos do burguês“, buscavam a destruição da arte acadêmica e tinham grande admiração pela arte abstrata. O acaso era extremamente valorizado pelos dadaístas, bem como o absurdo. Tinha tendências claramente anti-racionais e irônicas. Procurava chocar um público mais ligado a valores tradicionais e libertar a imaginação via destruição das noções artísticas convencionais.

Acredita-se, ainda, que seu pessimismo venha de uma reação de desilusão causada pela Primeira Guerra Mundial. Apesar de sua curta durabilidade - no período entre guerras, praticamente havia sido esquecido - e das críticas realizadas ao movimento, fundamentalmente baseadas em sua ausência de vocação construtiva, teve grande importância para a arte do século XX. Fez parte de um processo, observado nesse século, de libertação da arte de valores preestabelecidos e busca de experiências e formas expressivas mais apropriadas à expressão do homem moderno e de sua vida.

Originou-se de um grupo composto por artistas como Tristan Tzara, Hans Harp, Richard Hülsenbeck, Marcel Janko, Hugo Ball e Hans Richter que se encontravam em cafés de Zurique. A idéia inicial era a realização de um espetáculo internacional de Cabaré que contava com músicas diversas, recitais de poesia e exposição de obras. A maneira como surgiu o nome do evento é sugestiva: por acaso Ball e Hülsenbeck abriram um dicionário de alemão-francês e acabaram se deparando com a palavra dada, que foi posteriormente adotada pelo grupo e pelo movimento que daí surgiria.

A brochura “Cabaret Voltaire“, a inauguração da “Galeria Dada“ em 1917 e as revistas “Dada“, seguidas de livros sobre o movimento, ajudaram a popularizá-lo. Sua provocação, ativismo e conceito de simultaneidade (realizar ao mesmo tempo diversas apresentações, como a leitura de poemas distintos) muito deve aos futuristas, entretanto, não possuía o otimismo e a valorização da tecnologia que esse último movimento tinha.

O dadaísmo costuma ser bastante identificado aos ready-mades de Duchamp, como os urinóis elevados à categoria de obras de arte ou outras proezas do artista, como o acréscimo de bigodes à Mona Lisa. Os poemas non-sense, as máquinas sem função de Picabia, que zombavam da ciência, ou a produção de quadros com detritos, como Merzbilder, de Schwitters, são outras obras características do dadaísmo. Além disso, o dadaísmo, desde o começo, pretendia ser um movimento internacional nas artes. Picabia era o artista que acabou por fazer a ponte entre o dadaísmo europeu e o americano, tornando-se, juntamente com Duchamp e Man Ray, uma das principais figuras do dadaísmo forte em Nova York.

A revista “Dada 291“ era publicada nessa cidade americana, além de Barcelona e Paris, outras cidades por onde o movimento espalhara-se. Berlim, Colônia e Hanover eram outros importantes focos Dada. (Na Alemanha, o movimento ganhou características mais próximas de protesto social que de movimento artístico). O dadaísmo forneceu grande inspiração para movimentos posteriores, como o surrealismo, derivado dele, a Arte Conceitual, o Expressionismo Abstrato e a Pop Art americana.

O Cristianismo


Entre as religiões monoteístas, o cristianismo é, sem dúvida, a que conta com maior número de fiéis e a que está mais difundida em todo o mundo. Nascida dos ensinamentos de Cristo como prolongamento e superação do judaísmo, no curso de sua evolução histórica viu dela se formarem três grandes ramos: a Igreja Católica, as igrejas protestantes e as igrejas ortodoxas.

Embora divirjam em importantes aspectos doutrinários, essas três vertentes permanecem irmanadas por sua crença no caráter divino da revelação de Jesus, na existência de um Deus único em três pessoas, iguais em natureza e dignidade, que criou o mundo do nada, e nos princípios essenciais da cristandade: amor a Deus sobre todas as coisas, traduzido necessariamente no amor ao próximo, e a fé na chegada do reino de Deus.

Além disso, o cristianismo em seu conjunto se distingue das demais religiões monoteístas por ser a única que proclama a realidade de um homem-Deus, Jesus Cristo, Deus ele mesmo, encarnado em forma humana para realizar a vinculação mística e real de toda a humanidade com o Criador.

Os três ramos do cristianismo têm também um mesmo livro sagrado, a Bíblia, e acrescentam ao Antigo Testamento judaico o Novo Testamento, que compreende os Evangelhos e outros livros posteriores ao nascimento de Jesus. Convém assinalar, não obstante, que a Igreja Católica reconhece um maior número de livros canônicos no Antigo Testamento em relação ao texto protestante, que coincide praticamente com o hebreu. Desde o princípio do século XX, porém, iniciou-se um vigoroso movimento ecumênico, destinado em princípio a estreitar os laços entre as diversas igrejas protestantes, que não tardaria a despertar o interesse e o crescente apoio das igrejas ortodoxas e da Igreja Católica.

O termo "igreja", de origem bíblica, tem um significado original de comunidade, mas alude de forma especial à realidade transcendente da união de todos os crentes num só corpo com o Cristo ressuscitado. Sua fundação, anunciada por Jesus em suas palavras a Simão Pedro -- "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha igreja" (Mateus 16:18) -- remonta tradicionalmente ao dia de Pentecostes. Quando, depois da ressurreição de Cristo, o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos, inspirou neles sua graça e lhes concedeu dons excepcionais, como o conhecimento de línguas estrangeiras, para que percorressem o mundo e pregassem a palavra divina do Evangelho.

A pregação dos discípulos, segundo se relata nos Atos dos Apóstolos e nas epístolas de São Paulo, um dos apóstolos, estendeu-se paulatinamente pelo mundo hebreu, pelo leste do Mediterrâneo e, no final, a todo o Império Romano e à própria Roma, cuja primeira comunidade cristã foi presidida por Pedro. A figura de Paulo foi decisiva nesse período, pois a ele se deve a elaboração de uma filosofia cristã do mundo, a organização das primeiras igrejas e a insistência no ecumenismo ou universalidade da mensagem cristã, dirigida a todos os homens e não só ao povo hebreu.

Apesar das condenações e perseguições levadas a cabo pelos governantes romanos, a mensagem de fraternidade do cristianismo, sua invocação a uma vida simples e moral, e sua promessa de imortalidade favoreceram a rápida expansão da nova religião, julgada a princípio apenas como mais um dos credos salvacionistas orientais que se disseminavam pelo Império Romano. No final do século I, o Novo Testamento já estava escrito e os fundamentos básicos da igreja cristã, em particular a universalidade e a exigência de unidade doutrinária, orgânica e sacramental, se encontravam fixados.

Apartheid


O Apartheid foi um dos regimes de discriminação mais cruéis no mundo. Ele aconteceu na África do Sul de 1948 até 1990 e durante todo esse tempo esteve ligado à política do país. A antiga Constituição sul - africana incluía artigos onde era clara a discriminação racial entre os cidadãos, mesmo os negros sendo a maioria na população.

Em 1487, quando o navegador português Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança, os europeus chegaram à região da África do Sul. Nos anos seguintes, a região foi povoada por holandeses, franceses, ingleses e alemães. Os descendentes dessa minoria branca começaram a criar leis, no começo do século XX, que garantiam o seu poder sobre a população negra. Essa política de segregação racial, o apartheid, ganhou força e foi oficializado em 1948, quando o Partido Nacional, dos brancos, assumiu o poder.
O Apartheid, atingia a habitação, o emprego, a educação e os serviços públicos, pois os negros não podiam ser proprietários de terras, não tinham direito de participação na política e eram obrigados a viver em zonas residenciais separadas das zonas dos brancos. Os casamentos e relações sexuais entre pessoas de raças diferentes eram ilegais. Os negros geralmente trabalhavam nas minas, comandados por capatazes brancos e viviam em guetos miseráveis e superpovoados.

Para lutar contra essas injustiças, os negros acionaram o Congresso Nacional Africano, uma organização negra clandestina, que tinha como líder Nelson Mandela. Após o massacre de Sharpeville, o Congresso Nacional Africano optou pela luta armada contra o governo branco, o que fez com que Nelson Mandela fosse preso em 1962 e condenado à prisão perpétua. A partir daí, o apartheid tornou-se ainda mais forte e violento, chegando ao ponto de definir territórios tribais chamados Bantustões, onde os negros eram distribuídos em grupos e ficavam amontoados nessas regiões.

Com o fim do império português na África em 1975, lentamente começaram os avanços para acabar com o apartheid. A comunidade internacional e a Organização das Nações Unidas (ONU) faziam pressão pelo fim da segregação racial. Em 1991, o então presidente Frederick de Klerk condenou oficialmente o apartheid e libertou líderes políticos, entre eles Nelson Mandela.

A partir daí, outras conquistas foram obtidas, o Congresso Nacional Africano foi legalizado, De Klerk e Mandela receberam o Prêmio Nobel da Paz em 1993, uma nova Constituição não - racial passou a vigorar, os negros adquiriram direito ao voto e em 1994 foram realizadas as primeiras eleições multirraciais na África do Sul e Nelson Mandela se tornou presidente da África do Sul.

O regime de segregação racial (apartheid) sul-africano, iniciado em 1948, termina oficialmente com a primeira eleição multirracial do país, em 1994. No entanto, deixa uma pesada herança no país, ainda marcado pelo "apartheid social". O padrão de vida é bastante desigual quando se trata de brancos e negros, e as taxas de criminalidade e de violência política continuam altas entre os negros. Implementado em 1994 pelo governo de Nelson Mandela o Programa de Reconstrução e Desenvolvimento tenta diversificar a economia, melhorar o sistema de habitação e educação e reduzir o desemprego, cuja taxa era de 29% da força de trabalho, em 1995.

A África do Sul detém sozinha quase 50% da produção industrial do continente africano. Rico em recursos minerais, o país é o maior produtor mundial de ouro. Possui também grandes reservas de diamante, cromita, urânio, antimônio, platina e carvão. Juntos esses minérios respondem por 60% das exportações e 10% do PIB do país.
O turismo é parte importante da economia sul-africana e as maiores atrações são as reservas de animais selvagens.

FATOS HISTÓRICOS – Os europeus tomam contato com a região em 1487, quando o navegador português Bartolomeu Dias contorna o Cabo da Boa Esperança. Ponto estratégico na rota comercial para a Índia, e habitada por grupos negros de diversas etnias (bosquímanos, khoi, xhosas, zulus), a região do Cabo começa a ser povoada por imigrantes holandeses no século XVII. Lentamente, os colonos passam a considerar a região como sua pátria e adotam uma língua própria, o africâner.

Guerra dos Bôeres – Em 1806, os ingleses tomam a Cidade do Cabo e lutam, simultaneamente, contra os nativos negros e os descendentes de holandeses (bôeres), com o objetivo de se instalar na região. Os choques levam os bôeres a emigrar maciçamente para o Nordeste (a Grande Jornada, em 1836), onde fundam duas repúblicas independentes , o Transvaal e o Estado Livre de Orange.
A entrada de colonos ingleses em Orange e no Transvaal provoca tensões que resultam na Guerra dos Bôeres (1899-1902) e termina com a vitória dos ingleses. Os estados bôeres são anexados pela Coroa britânica e, em 1910, juntam-se às colônias do Cabo e de Natal para constituir a União Sul-Africana. A população bôer passa a se chamar africâner.

Apartheid – A partir de 1911, a minoria branca, composta de ingleses e africânders, promulga uma série de leis com o objetivo de consolidar o seu poder sobre a população, majoritariamente negra. Essa política de segregação racial (apartheid, do africâner separação) é oficializada em 1948, com a chegada ao poder do Partido Nacional (PN) – a força política dominante por mais de 40 anos.

O apartheid impede o acesso dos negros à propriedade da terra, à participação política e às profissões de melhor remuneração. Também obriga os negros a viver em áreas separadas das zonas residenciais brancas. Os casamentos mistos e as relações sexuais entre pessoas de raças diferentes tornam-se ilegais.

A oposição ao regime do apartheid toma forma na década de 50, quando o Congresso Nacional Africano (CNA), organização negra fundada em 1912, lança campanha de desobediência civil. Em 1960, a polícia mata 67 negros que participavam de uma manifestação liderada pelo CNA em Sharpeville, uma favela situada a 80 km de Johannesburgo. O "massacre de Sharpeville" provoca marchas de protestos em todo o país. Como conseqüência, o CNA é declarado ilegal. Seu líder, Nelson Mandela, é preso em 1962 e depois condenado à prisão perpétua.

Bantustões – Em 1961, a África do Sul obtém sua independência completa, após um plebiscito que decide por sua saída da Comunidade Britânica. Nos governos dos primeiros-ministros Hendrik Verwoerd (1958-1966) e B.J. Voster (1966-1978), a política do apartheid agrava-se. Uma série de leis aprovadas nesse período classifica e separa os negros em diversos grupos étnicos e lingüísticos, gerando um processo que desemboca, em 1971, na criação dos bantustões – dez nações tribais independentes, instaladas em uma área correspondente a 13% do território sul-africano, onde os negros são confinados.

O domínio branco começa a enfraquecer-se com o fim do império colonial português (1975) e a queda do governo de minoria branca na Rodésia (atual Zimbábue), em 1980. Em 1984, uma revolta popular contra o apartheid leva o governo a decretar a Lei Marcial. A comunidade internacional reage: vários países decretam sanções econômicas como meio de pressão pelo fim do apartheid.
Acuado, o presidente Pieter Botha promove reformas, mas mantém os aspectos essenciais do apartheid. Os protestos prosseguem, sempre reprimidos com violência. No mundo inteiro, ganha corpo um movimento pela libertação de Mandela.

Fim do apartheid – Em 1987, o Partido Nacional perde votos entre os eleitores brancos, tanto à direita (Partido Conservador, para quem o governo deveria ser mais "duro" contra os negros) quanto à esquerda (Partido Democrático, que queria acelerar as reformas). Mas as mudanças significativas teriam de esperar até a posse de um novo presidente: Frederik de Klerk, que substitui Botha em 1989. Em fevereiro de 1990, Mandela é libertado e o CNA recupera a legalidade.
De Klerk revoga leis racistas e inicia o diálogo com o CNA. Sua política, criticada pela direita, é legitimada por um plebiscito só para brancos, realizado em 1992, em que 69% dos votantes se pronunciam pelo fim do apartheid. Mas entre os negros também há resistência às negociações. O Inkhata, organização zulu, disputa com o CNA a representação política dos negros. O líder zulu, Mangosuthu Buthelezi, acusa Mandela de "traição". A disputa degenera, várias vezes, em sangrentos conflitos.

Eleições multirraciais – Em 1993, inconformados com o avanço das reformas, líderes de 21 grupos extremistas brancos fundam a Frente Nacional Africâner (FNA), ameaçando criar um país independente no Transvaal. De Klerk, em resposta, convoca para abril de 1994 as primeiras eleições para um governo multirracial de transição. Em outubro de 1993, De Klerk e Mandela ganham o Prêmio Nobel da Paz.

A 27 de abril de 1994, em um pleito histórico, Nelson Mandela é eleito presidente pelo CNA. O partido obtém 62,6% dos votos, conquistando 252 das 400 cadeiras da Assembléia Nacional. O CNA junta-se ao Partido Nacional, do líder De Klerk, para formar o governo de unidade nacional. Essa aliança possibilita o primeiro governo multirracial do país.
No período entre as eleições e o final de 1995, o Parlamento sul-africano aprova dois importantes projetos. Em novembro de 1994, é a vez da Lei de Direitos sobre a Terra, restituindo as propriedades às famílias negras atingidas pela lei de 1913, que reservava 87% do território sul-africano à minoria branca e proibia os negros de possuir terras nessas áreas.

Em junho de 1995, a Lei de Reconciliação e Promoção da Unidade Nacional é aprovada. A Comissão de Reconciliação e Verdade, estabelecida pela nova lei, investigará a era apartheid, podendo anistiar crimes políticos e estabelecer compensações às vítimas.

Nova Constituição – O ano de 1996 é marcado por mudanças no governo de unidade nacional. Em março, a
do Sul ganha o primeiro ministro das Finanças negro de sua história. Trevor Manuel, até então ministro da Indústria, Comércio e Turismo, substitui Chris Liebenderg, que renuncia por motivos pessoais. Mudança mais radical, no entanto, acontece em maio, quando todos os ministros do Partido Nacional são substituídos por simpatizantes do CNA como conseqüência da retirada do PN do governo de unidade nacional. A decisão do partido de De Klerk foi motivada por não concordar com alguns pontos da nova Constituição, aprovada em maio de 1996, e que substitui a Carta provisória, instituída em 1994.

O documento final diz que aqueles que não possuem propriedade como resultado de leis raciais discriminatórias do passado têm o direito à restituição destas ou a uma compensação. Institui o direito à greve e garante ao estudante o direito à educação em sua própria língua. A nova Constituição só entra em vigor em 1999.A Comissão de Reconciliação e Verdade, presidida pelo arcebispo Desmond Tutu, abre sua sessão inaugural a 15 de abril.

O Anarquismo

Quando você ouve falar dos anarquistas, você logo é conduzido a acreditar que nós somos bombardeiros furiosos. Qualquer grupo que solta uma bomba é imediatamente chamado 'anarquista', não importando se eles são nacionalistas, socialistas ou fascistas. O mito criado é que nós acreditamos na violência por causa disso. O outro mito é aquele em que o anarquismo é caos, e é usado por políticos, governos e na mídia que diz: se não houver nenhum governo, haverá caos. Mas sempre que você procura saber sobre a sociedade de hoje logo vem à conclusão que talvez nós já estejamos vivendo um caos. Milhares de pessoas estão morrendo de fome ao redor do mundo, contudo, milhões de dólares são diariamente gastos em usinas nucleares que têm o potencial de destruir nós e todo o mundo afora.

Você poderia perguntar por que isto é assim? Nós dizemos que há uma grande razão - LUCRO! No momento nós vivemos numa sociedade na qual há duas classes principais - os ricos e os trabalhadores. Os ricos possuem as fábricas, bancos, fazem compras, etc. Os Trabalhadores não.Tudo que eles têm é o suor que usam para ganhar sua vida. São compelidos aos trabalhadores a vender o seu suor aos ricos por um salário. O patrão está interessado em usurpar com muito trabalho do trabalhador para que com pouco empreendimento seja possível poder manter altos lucros. Assim, quanto mais trabalham, menos ganham e mais os patrões enriquecem. Os interesses deles estão em total oposição um ao outro.

A produção não está baseado nas necessidades das pessoas. Produção é para lucro. Então, embora haja muita comida no mundo para alimentar todos, as pessoas passam fome porque os lucros vêm primeiro. Este é capitalismo!